Editorial
O abandono da BR-293
Se a ligação da Zona Sul do Estado em direção ao norte, rumo à região metropolitana de Porto Alegre, tem apresentado boas condições, com a duplicação da BR-116 em andamento - ainda que muito mais lenta do que o necessário -, o mesmo não pode ser dito pelos motoristas que, tendo Pelotas como referência, viajam na direção oeste. Quem pega a BR-293, que conecta a Bagé e passa por municípios como Piratini, Pinheiro Machado e Candiota, por exemplo, precisa enfrentar uma estrada em condições muito ruins.
Repleta de buracos e remendos, a pista da rodovia é uma armadilha para condutores menos experientes ou desavisados, que desconhecem a falta de conservação e os diversos pontos críticos ao longo dos 187 quilômetros entre Pelotas e Bagé. Raros são os trechos em que os veículos conseguem trafegar sem a necessidade de desviar de trepidações no asfalto, sejam elas provocadas pelo desgaste, pelos material usado para cobrir rombos que se abrem ou, ainda, pela ondulações que se formam devido ao tráfego de caminhões pesados.
Aliás, este é um aspecto que precisa ser observado: a falta de fiscalização na BR-293. Durante todo seu trajeto de Pelotas até Bagé, a rodovia não conta com postos da Polícia Rodoviária Federal. O único existente está na chegada ao principal município da Campanha, desde que foi fechado o que ficava instalado em Pinheiro Machado. Além disso, não há balança de pesagem para os veículos de carga, mesmo este trecho sendo intensamente usado por caminhões de fretamento de madeira. Muitos destes veículos circulando com carga dupla, os chamados bitrens, com tanto peso que mal conseguem passar dos 20 quilômetros por hora de velocidade em diversos trechos. Um sinal de tamanho peso transportado e que, se não está acima do permitido, ao menos provoca transtornos - e riscos - no tráfego, além do excessivo desgaste da pista de rodagem.
Desde que deixou de ser concedida à Ecosul, em 2015, a BR-293 raramente recebeu algum tipo de manutenção ou melhoria significativa. O que faz da estrada, atualmente, uma colcha de retalhos incompatível com a importância que possui para os municípios da Zona Sul e Campanha. E um grande problema para os motoristas, obrigados a circular por um asfalto precário e mal sinalizado, principalmente na pintura da pista. Aspectos essenciais sobretudo no período de inverno, quando a neblina prejudica a visibilidade.
É preciso que lideranças políticas da região exerçam pressão e façam mobilização não só pela BR-116. A rodovia que conecta a Zona Sul à Campanha também é fundamental e está, até este momento, esquecida.
Carregando matéria
Conteúdo exclusivo!
Somente assinantes podem visualizar este conteúdo
clique aqui para verificar os planos disponíveis
Já sou assinante
Deixe seu comentário